Quão nu você esta na Internet?

5/06/2017

Há várias formas de se despir, a nudez não é somente o ato de estar sem roupa, ela também se da pela exposição da sua pessoa para milhares de desconhecidos, qual é o seu limite?

Numa quarta-feira (05) de Abril, estreou no Auditório Brasílio Itiberê, no centro de Curitiba, a peça ''Nude'', pela categoria Fringe do Festival de Teatro de Curitiba. A peça aborda através da linguagem corporal, e diálogos, o quão nus estamos diante a internet.
A peça originou-se através de dois sonhos de Beatriz Moiana e essa idealização deixou muitas pessoas curiosas. Tanto quanto instigante o nome da peça, é uma ligação que retrata a super exposição das pessoas na Internet, e desta forma muitos se questionaram como seria abordada a apresentação. Haveria nudez ou não?
O espetáculo não é somente uma peça de teatro, a equipe deseja seguir como um projeto conscientizando as pessoas com questionamentos e alertas sobre o uso da rede. Para a responsável pela direção corporal e coreografa, Enaiê Cardoso todo ser humano tem uma dependência virtual. “Todos nós temos essa dependência virtual, porém deve haver consciência, cuidados maiores”, afirmou Enaiê
Durante toda a apresentação o elemento da conexão da internet é representada por tecidos, cada personagem reflete uma forma de dependência e tragédia, todas as cenas são baseadas em fatos reais, a equipe conta que a maior dificuldade para a construção da peça foi o choque que tiveram com as pesquisas e como retratariam isso no desenvolvimento corporal.
A peça obteve uma boa recepção em sua estreia. O espectador, Josimar Machado conta que reconheceu vários fatos que foram encenados. Cada pessoa tomou para si um olhar diferente sobre a peça ”Eu me identifiquei muito, teve cenas fortes e emocionantes, sempre fui muito viciado na Internet ao ponto de ser atacado, cheguei a me desfazer da minha rede social” finalizou Josimar.
A busca constante pela popularidade, a carência, a inocência e transtornos de personalidades, são os assuntos que a composição teatral traz. Essa ponte que a apresentação fez com a atualidade da era tecnológica demonstra não só os riscos, mas o distanciamento das pessoas depois que tudo se tornou fácil e acessível pela Internet.
A exposição por si própria é uma porta escura que é autorizada e sem o devido cuidado, vem cheios de perigos, a forma que pensamos, onde estamos e nossa imagem esta sendo exposta. Toda retratação das consequências da super exposição, fez a peça deixar a seguinte pergunta para os telespectadores… qual é o seu limite?

Texto por Maria Eduarda Antunes

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